Compositora do Mês: Peggy Glanville-Hicks (1912-1990)

16/05/2017 00:19

Compositora do mês: Peggy Glanville-Hicks (1912-1990)

Biografia

Peggy Winsome Glanville-Hicks (1912-1990), compositora e crítica musical, nasceu em 29 de dezembro de 1912 em St. Kilda, Melbourne, Australia. Filha mais velha de Ernest Glanville Hicks, jornalista, e Myrtle Hicks (originalmente Barley). Peggy começou a compor com a idade de 7 anos encorajada por sua mãe, uma cantora e artista amadora, e por seu pai, autor de “A mudança da maré e outros poemas” (The Turn of the Tide and Other Poems) de 1932. Educada em Milverton, no Colégio Metodista (para alunas) e na Clyde School, Woodend, ela estudou composição com Fritz Hart no Conservatório Albert Street, em Melbourne. Em 1932, após um concerto de despedida na sede municipal de Melbourne, ela deixou a Australia em direção ao Royal College of Music, em Londres, no qual estudou por mais de quatro anos, através de bolsas de estudo, composição (com Ralph Vaughan Williams), regência (com Sir Malcolm Sargent) e piano (com Arthur Benjamin). Entre os seus trabalhos iniciais se incluem sua ópera Caedmon (cerca de 1936), música para cinema e sua Suíte Espanhola (Spanish Suite) de 1935. A bolsa de estudos Octavia a permitiu estudar com Egon Wellesz em Viena (1936) e com Nadia Boulanger em Paris (1937).

Depois de uma breve visita a Melbourne em 1938, Glanville-Hicks (que passou a adotar o hífen entre seus sobrenomes) retornou a Londres para a performance de dois movimentos de sua suíte para vozes femininas, oboé e cordas (Choral Suite, 1937) num concerto da Sociedade Internacional de Música Contemporânea (International Society for Contemporary Music, ISCM). Ela foi a primeira australiana cuja obra foi executada para a ISCM, e uma das mais jovens compositoras representadas no evento. Várias de suas obras foram publicadas naquele ano por Louise Dyer nas Editions de l’Oiseau-Lyre em Paris. A companhia gravadora de Dyer também lançou em 1940 a sua Choral Suite. Em 9 de novembro de 1938, no cartório de Kensington, Glanville-Hicks casou-se com Stanley Richard Henry Bate, compositor inglês. Em 1940 um apoio financeiro do Conselho Britânico permitiu a ambos viajarem à Australia; em 1941 eles saíram em viagem até os Estados Unidos e se estabeleceram em New York. Entre 1943 e 1944 Glanville-Hicks foi integrante do Comitê da Liga de Compositores que regularmente apresentava concertos de música moderna no Central Park. Também em New York ela colaborou com Carleton Sprague Smith na constituição do Fundo de Música Internacional (International Music Fund), que operava através da UNESCO, para a assistência no restabelecimento de artistas europeus no pós-guerra.

Quando em 1947 Glanville-Hicks escreveu uma análise sobre o festival da ISCM em Copenhagen para o Musical Courier, ela deu inicio a uma respeitável carreira como crítica e analista especializada em música moderna. O compositor Virgil Thomson, crítico-chefe do jornal New York Herald Tribune, a contratou como correspondente; a primeira de suas quinhentas análises apareceu no periódico em 27 de outubro de 1947. Durante os anos 40 ela também contribuiu com textos representativos para Music & Letters (sobre Paul Bowles), para Musical America (sobre John Cage) e para o Musical Quarterly (sobre Thomson). Em 1948 ela viajou para o festival de Amsterdam da ISCM para presenciar a performance da sua peça Concertino da Camera. Em 1950 ela embarcou num tour de palestras cobrindo universidades americanas do meio-oeste. Durante esse período ela se engajou em notáveis atividades para a propagação da nova música e também para o encorajamento de jovens compositores.

Peggy se tornou cidadã americana em 1949 e, naquele mesmo ano, obteve o divórcio de Bate. Em 4 de janeiro de 1952 ela se casou com o jornalista Rafael da Costa numa cerimônia civil em New York mas viriam a se divorciar no ano seguinte.

Os anos 50 trouxeram proeminência a Glanville-Hicks como compositora de música 'exótica’ e como catalisadora para a performance da 'nova' música. Seu trabalho mais executado, a Sonata para harpa, teve sua première com o reconhecido músico Nicanor Zabaleta em Caracas (1951) e em New York (1952); em 1953 suas Letters from Morocco (1952), com regência de Leopold Stokowski, foi apresentada num dos concertos em que ela assumiu como integrante do conselho júnior do Museu de Arte Moderna de NY (MOMA). Entre os trabalhos que se seguiram estavam o Etruscan Concerto (1954, escrito para o pianista Carlo Bussotti), o Concertino Antico (1955, para a harpista Edna Phillips), o Concerto Romantico (1956, para o violista Walter Trampler) e a ópera The Glittering Gate (1956), baseada em texto de Lord Dunsany.

Entre 1951 e 1960 (com exceção da temporada de 1955-56) Glanville-Hicks foi diretora do Fórum de Compositores de New York, uma iniciativa comandada pelos mais eminentes compositores estabelecidos na cidade. Em 1954 ela contribuiu com 106 artigos, relacionados a compositores americanos e dinamarqueses, para a quinta edição do Grove’s Dictionary of Music and Musicians. Até 1958 ela trabalhou para o New York Herald Tribune – de outubro a abril de cada ano – dedicando os seus verões à composição e à participação de festivais na Europa, Jamaica e Australia.

Em 1953 Glanville-Hicks foi contemplada com a prêmio da American Academy of Arts and Letters, e recebeu uma comissão da Louisville Philharmonic Society, através da Fundação Rockefeller, para escrever uma nova ópera—a primeira comissão deste tipo oferecida a uma compositora mulher conforme ela própria pôde destacar. Esta ópera, The Transposed Heads (“As Cabeças Transplantadas), baseada no romance do escritor alemão Thomas Mann, teve a sua première em Louisville (1954) e foi apresentada em New York em 1958. Esta obra demonstrava o seu interesse na música da Índia e o seu crescente desejo de promover a fusão entre os métodos ocidental e oriental de composição. Entre os anos 1956-58 ela contou ocm o suporte do prêmio para composição da Fundação Guggenheim.

Depois de uma cirurgia mais complicada em 1956, e de outra em 1959, Glanville-Hicks se mudou para Atenas. Em 1960 foi agraciada pela Fundação Rockefeller com uma bolsa para 'estudar os relacionamentos entre as formas musicais do Oeste, do Oriente Médio e da Ásia'; além deste apoio recebeu também um prêmio Fulbright  (1961) por seu trabalho devotado à pesquisa da música tradicional da Grécia. Sua ópera Nausicaa (1960)—com libreto inspirado na obra de Robert Graves "A Filha de Homero”, passada no século 9 A.C.—foi executada no Festival de Atenas em agosto de 1961. Esta execução foi gravada e transmitida através do radio para os Estados Unidos e teve grande repercussão em publicações do meio musical, em várias línguas, por seu lirismo e orquestração criativa.

Comissionada pela Ópera de San Francisco (e com bolsa da Fundação Ford) a ópera seguinte de Glanville-Hicks, Sappho (1963), derivou de uma peça de Lawrence Durrell.  Infelizmente esta obra acabou sendo concluída sob extrema pressão de prazos e, ao final, não foi produzida além de deixar a compositora muito descontente com seu resultado final. Seus maiores trabalhos nos anos sessenta foram ballets concebidos em conjunção com o coreógrafo John Butler de New York, incluindo Saul and the Witch of Endor (1959) e Jephthah’s Daughter (1966) para a rede de TV CBS, e A Season in Hell (1967) para o  Harkness Ballet. Depois de anos lidando com problemas de visão, em junho de 1966 Glanville-Hicks se submeteu a uma cirurgia em New York para tratamento de um tumor no  cérebro; uma nova cirurgia foi requerida em abril de 1969. Além de privá-la da habilidade de compor os efeitos da cirurgia e radioterapia abalaram sua saúde para o resto de sua vida.

Em 1970 Glanville-Hicks viajou novamente à Australia para uma performance de The Transposed Heads em Sydney. Em 1972 The Glittering Gate foi performada no Festival de Adelaide. Em 1975 ela retornou definitivamente ao país para assumir a posição de consultora para Estudos de Música Asiática no Centro de Música Australiana em Sydney. Em 1987 ela foi agraciada com o título de Doutora Honorária em música pela Universidade de Sydney. Ela faleceu em 25 de junho de 1990 em Darlinghurst, Sydney. Sua casa em Paddington foi deixada em testamento para servir como residência a jovens compositores.

Glanville-Hicks foi delicada e pequena em aparência, mas em caráter era brilhante e articulada. Seus trabalhos seguiram quase sempre o estilo modal (reiterando o seu interesse pela música folclórica) sendo transparentes em textura e coloridos em instrumentação. Foi uma personagem marcante da música da metade do século 20 com um perfil caracterizado por perspicácia e habilidades organizacionais prodigiosas assim como por uma música de grande elegância.

 

Composições

 

            •  Caedmon, ópera, (c.1933)

            •  Choral Suite (J. Fletcher), coro de vozes femininas, oboé e orquestra de cordas - (1937)

            •  Concertino da Camera (1945)

            •  Sonata for Harp - 1951

            •  Letters from Morocco (para tenor e orquestra pequena) (1952)

            •  Sinfonia da Pacifica (1952–53)

            •  The Transposed Heads. A Legend of India, ópera baseada no romance de Die vertauschten Köpfe de Thomas Mann, 1953

            •  Etruscan Concerto (para piano e orquestra de câmara) (1956)

            •  Concerto Romantico (para viola e orquestra de câmara) (1956)

            •  The Glittering Gate, ópera baseada na obra de Lord Dunsany, (1957)

            •  The Masque of the Wild Man, ballet (1958)

            •  Nausicaa, ópera baseada em Graves: Homer’s Daughter, (1961)

            •  Saul and the Witch of Endor, ballet para TV, (1964)

            •  Sappho, ópera, (1963), não produzida

            •  Tragic Celebration (Jephtha's Daughter), ballet, 1966

 

Para conhecer sua obra:

-    “The Norton/Grove Dictionary of Women Composers,” editado por Julie Anne Sadie e Rhian Samuel. W.W. Norton & Co., New York, 1995

-    "Australian Dictionary of Biography”, Volume 17, por Suzanne Robinson. Editado por Langmore, Diane; Bennet, Darryl. Publicado por Melbourne University Press, 2007.

-    "Peggy Glanville-Hicks: a transposed life”, por Murdoch, James. Publicado por Pendragon Press, 2002.

-    "Mulheres Compositoras – Elenco e Repertório", por Baroncelli, Nilcéia. Publicado pelo Instituto Nacional do Livro e Roswitha Kempf Editores, 1987.

-    "The Music of Peggy Glanville-Hicks", por Victoria Rogers - University of Western Australia. Publicado por Ashgate Publishing Ltd. 2009.

-    “Drama for Orchestra”, de Peggy Glanville_Hicks (video). Disponível em: www.youtube.com/watch?v=I46BxEwavto.

-    “Tragic Celebration”, de de Peggy Glanville-Hicks (video). Disponível em: www.youtube.com/watch?v=CL55JSPgSFY.

-    “Sonata for Harp”, de Peggy Glanville-Hicks (video). Marshall McGuire (harp). Disponível em: www.youtube.com/watch?v=a3rJqdSMCR4

 

Composer of the month: Peggy Glanville-Hicks (1912-1990)

Biography

Peggy Winsome Glanville-Hicks (1912-1990), composer and music critic, was born on 29 December 1912 at St. Kilda, Melbourne, eldest child of Ernest Glanville Hicks, journalist, and Myrtle, née Barley. Peggy began composing at the age of 7, encouraged by her mother, an amateur singer and artist, and her father, author of The Turn of the Tide and Other Poems (1932). Educated at Milverton, Methodist Ladies’ College and Clyde School, Woodend, she studied composition with Fritz Hart at the Albert Street Conservatorium, in Melbourne. In 1932, following a farewell concert in the Melbourne Town Hall, she left Australia and, over four years at the Royal College of Music, London, supported by scholarships, studied composition (with Ralph Vaughan Williams), conducting (with Sir Malcolm Sargent) and piano (with Arthur Benjamin). Her early works included the opera Caedmon (c.1936), music for film, and the Spanish Suite (c.1935). The Octavia traveling scholarship enabled her to study with Egon Wellesz in Vienna (1936) and Nadia Boulanger in Paris (1937).

After a brief visit to Melbourne in 1938, Glanville-Hicks (who later hyphenated her name) returned to London for the performance of two movements from her suite for female voices, oboe and strings (Choral Suite, 1937) at a concert of the International Society for Contemporary Music (ISCM). She was the first Australian whose work was performed for the ISCM, and one of the youngest composers represented. Several of her songs were published that year by Louise Dyer’s Editions de l’Oiseau-Lyre in Paris. Dyer’s recording company released the Choral Suite in 1940. On 9 November 1938, at the Kensington register office, Glanville-Hicks married Stanley Richard Henry Bate, an English composer. In 1940 a British Council grant allowed them to travel to Australia; in 1941 they sailed for the United States of America and settled in New York. In 1943-44 she was a member of the League of Composers Committee, which gave concerts of modern music in New York’s Central Park, and she collaborated with Carleton Sprague Smith in founding the International Music Fund, which operated through UNESCO to assist European artists in postwar re-establishment.

When in 1947 Glanville-Hicks reviewed an ISCM festival in Copenhagen for the Musical Courier, she embarked on a career as a respected critic and commentator on modern music. The composer Virgil Thomson, chief critic of the New York Herald Tribune, employed her as a correspondent; the first of five hundred reviews appeared on 27 October 1947. Through the 1940s she also contributed major pieces to Music & Letters (on Paul Bowles), Musical America (on John Cage) and Musical Quarterly (on Thomson). In 1948 she travelled to the ISCM festival in Amsterdam to hear a performance of her Concertino da Camera and in 1950 she embarked on a lecture tour of universities in America’s mid-west. During this period she was engaged in notable activities for the propagation of new music and the encouragement of young composers.

Peggy became an American citizen in 1949, and in the same year obtained a divorce from Bate. On 4 January 1952 she married the journalist Rafael da Costa in a civil ceremony in New York; they divorced the following year.

The 1950s brought Glanville-Hicks to prominence as a composer of 'exotic’ music and as a catalyst for the performance of new music. Her most performed work, a Sonata for Harp, was premièred by Nicanor Zabaleta in Caracas (1951) and New York (1952); in 1953 her Letters from Morocco (1952), conducted by Leopold Stokowski, was featured in one of the concerts she initiated as a member of the junior council of the Museum of Modern Art. Among the works that followed were the Etruscan Concerto (1954, written for the pianist Carlo Bussotti), Concertino Antico (1955, for the harpist Edna Phillips), Concerto Romantico (1956, for the violist Walter Trampler) and The Glittering Gate (1956), based on a story by Lord Dunsany.

In 1951-60 (excepting the 1955-56 season) Glanville-Hicks was director of the New York Composers’ Forum, an enterprise overseen by the most eminent New York composers. She contributed 106 articles on American and Danish composers to the fifth edition of Grove’s Dictionary of Music and Musicians (1954). Until 1958 she worked for the New York Herald Tribune - from October to April each year - and spent her summers composing and attending festivals in Europe, Jamaica and Australia.

In 1953 Glanville-Hicks won an American Academy of Arts and Letters award, and was offered a commission by the Louisville Philharmonic Society, through the Rockefeller Foundation, to write an opera—the first such offer made to a woman, as per her claim. This opera, The Transposed Heads, based on a story by Thomas Mann, had its première in Louisville (1954) and was staged in New York in 1958. It demonstrated her interest in Indian music and increasing desire to promote a fusion of Eastern and Western compositional methods. In 1956-58 she was supported by Guggenheim Foundation awards for composition.

After a major surgery in 1956, and again in 1959, Glanville-Hicks moved to Athens. In 1960 she was awarded a Rockefeller Foundation grant to 'study the relationships among musical forms in the West, the Middle East and Asia’; furthermore, a Fulbright award (1961) was devoted to research into the traditional music of Greece. Her opera Nausicaa (1960)—with a libretto drawn from Robert Graves’s novel Homer’s Daughter and set in the ninth century BC—was performed at the Athens Festival in August 1961. It was recorded and broadcasted in the USA, reviewed in major publications in several languages, and praised for its lyricism and ingenious orchestration.

Commissioned by the San Francisco Opera (and supported by a Ford Foundation grant), Glanville-Hicks’s next opera, Sappho (1963), derived from a play by Lawrence Durrell, was written to a punishing schedule; it was finally not produced and the composer remained unhappy with it. Her major works of the 1960s were ballets, conceived in conjunction with the New York choreographer John Butler, including Saul and the Witch of Endor (1959) and Jephthah’s Daughter (1966) for CBS TV, and A Season in Hell (1967) for the Harkness Ballet. After years of failing eyesight, in June 1966 she underwent surgery in New York for a brain tumor; further surgery was required in April 1969. As well as depriving her from the ability to compose, the effects of surgery and radiotherapy undermined her health for the rest of her life.

In 1970 Glanville-Hicks travelled to Australia for a performance of The Transposed Heads in Sydney. In 1972 The Glittering Gate was performed at the Adelaide Festival. The works were heard jointly at the 1986 festival. She returned permanently in 1975, once her affinity with the Asian inspirations of younger composers lead her to a position as consultant for Asian Music Studies at the Australian Music Centre, Sydney. In 1987 she was awarded an honorary doctorate of music by the University of Sydney. On 25 June 1990 she died at Darlinghurst, Sydney. She entrusted her house at Paddington as a residence for young composers.

Glanville-Hicks was delicate and slight in appearance, but in character brilliant and articulate. Her works were often modal (demonstrating her interest in folk song), transparent in texture and colorful in instrumentation. She was a major figure in mid-twentieth century music, her profile formed as much by prodigious organizational skills and acumen as by her elegant music.

 

Compositions

 

    •       Caedmon, opera, (c.1933)

    •       Choral Suite (J. Fletcher), female chorus, oboe, string orchestra - (1937)

    •       Concertino da camera (1945)

    •       Letters from Morocco (for tenor and small orchestra) (1952)

    •       Sinfonia da Pacifica (1952–53)

    •       The Transposed Heads. A Legend of India, opera after the novel Die vertauschten Köpfe by Thomas Mann, 1953

    •       Etruscan Concerto (for piano and chamber orchestra) (1956)

    •       Concerto Romantico for viola and chamber orchestra (1956)

    •       The Glittering Gate, opera after Lord Dunsany, (1957)

    •       The Masque of the Wild Man, ballet (1958)

    •       Nausicaa, opera after Graves: Homer’s Daughter, (1961)

    •       Saul and the Witch of Endor, television ballet, (1964)

    •       Sappho, opera, (1963), unproduced

    •       Tragic Celebration (Jephtha's Daughter), ballet, 1966

    •       Sonata for Harp - 1951

 

 

More information:

-                “The Norton/Grove Dictionary of Women Composers,” edited by Julie Anne Sadie and Rhian Samuel. W.W. Norton & Co., New York, 1995

-                "Australian Dictionary of Biography”, Volume 17, by Suzanne Robinson. Edited by Langmore, Diane; Bennet, Darryl. Published by Melbourne University Press, 2007.

-                "Peggy Glanville-Hicks: a transposed life”, by Murdoch, James. Published by Pendragon Press, 2002.

-                "Mulheres Compositoras – Elenco e Repertório", by Baroncelli, Nilcéia. Published by Instituto Nacional do Livro and Roswitha Kempf Editores, 1987.

-                "The Music of Peggy Glanville-Hicks", by Victoria Rogers - University of Western Australia. Published by Ashgate Publishing Ltd. 2009.

-                “Drama for Orchestra”, de Peggy Glanville_Hicks (video). Available at: www.youtube.com/watch?v=I46BxEwavto.

-                “Tragic Celebration”, de de Peggy Glanville-Hicks (video). Available at: www.youtube.com/watch?v=CL55JSPgSFY.

-                “Sonata for Harp”, de Peggy Glanville-Hicks (video). Marshall McGuire (harp). Available at: www.youtube.com/watch?v=a3rJqdSMCR4.