Compositora do Mês: Amy Beach (1867-1944)

16/11/2017 00:58

Compositora do Mês: Amy Beach (1867-1944)

Biografia:

Amy Beach nasceu em New Hampshire, Estados Unidos, em 5 de setembro de 1867. Filha da talentosa pianista e cantora amadora Clara Imogene, Amy era um notável prodígio: com apenas 2 anos de idade, já podia cantar em harmonia com sua mãe. Aos 6 anos, Amy começou a ter aulas de piano com clara e, aos 7 tocava sonatas de Beethoven e composições próprias.

Amy enfrentou muitos obstáculos de gênero ao longo de sua carreira. Naquela época, carreiras para mulheres fora de casa não eram consideradas práticas aceitáveis, razão pela qual sua família relutou no início a permitir seu crescimento como pianista. No que diz respeito à sua carreira de compositora, ela também enfrentou dificuldades: enquanto compositores homens norte-americanos costumavam viajar para a Europa para receber aulas particulares de composição, foi recomendado que a artista estudasse como autodidata. Então, Amy dedicou-se a uma imersão em repertórios de orquestra, comparando partituras com performances que ela ouvia na Boston Symphony.

Aos 18 anos de idade, a artista casou-se com o médico Henry Beach. Após o casamento, ela decidiu restringir seus recitais públicos, de modo a se alinhar com as expectativas de uma esposa da alta classe norte-americana. Após a morte de sua mãe e marido, ela pôde recomeçar sua carreira e viajou a Europa em turnê de 1911 a 1914. Ao longo de sua vida, Amy provou que as mulheres podem atuar com alto nível em qualquer área. Consequentemente, ela logo se tornou um emblema da luta feminista: durante o movimento sufragista, a artista era frequentemente citada como símbolo das conquistas das mulheres.

Beach faleceu em 1944, em Nova York. Apesar de seu vasto repertório e conquistas, a artista foi rapidamente esquecida. Em 1990, compositoras trouxeram seu trabalho de volta à luz e cumprimentaram Amy por sua bravura em um tempo em que as mulheres sofriam grande opressão. A artista recebeu um lugar no “The Shell”, parede que grava os nomes dos artistas mais influentes. Em 1999, ela também recebeu um lugar de prestígio no American Classical Music Hall of Fame.

 

Composições:

Amy Beach é conhecida por seu vasto repertório: ela compôs estilos complexos de músicas e sinfonias, e contou com inúmeros solos, óperas e performances pelo mundo. Seu hit, “Ecstasy” atingiu mais de 1.000 performances. Em 1896, a artista atingiu seu ponto máximo com o lançamento da “Gaelic” Symphony, a primeira sinfonia a ser composta e interpretada por uma musicista norte-americana.

Amy viveu em um tempo em que as mulheres sofriam grande opressão. A visão norte-americana acerca das compositoras centrava-se no fato de que elas não poderiam produzir um trabalho musical permanente. Um exemplo dessa visão é a declaração de Dvorak, em 1892, ao chegar aos Estados Unidos: “Aqui todas as mulheres tocam. É bom, é legal. Mas eu receio que as damas não podem nos ajudar muito. Elas não tem o poder criativo”. Citando dezenas de compositoras, Beach respondeu: “mais mulheres estão interessadas no estudo sério da ciência da música e da arte do que nunca”.

Em breve, Beach provaria que Dvorak estava errado. Ela não só era capaz de produzir trabalhos de larga escala em um curto período de tempo, mas também podia se preparar para performances tão logo as composições estavam finalizadas. Como pianista, ela possuía uma memória extraordinária e uma técnica virtuosa. Como compositora, Amy tinha um estilo maduro influenciado pelo romantismo e pela música folclórica escocesa e irlandesa.

Seus trabalhos mais conhecidos são a Sinfonia, a Sonata para Violino, o Quinteto para Piano, o Tema e Variações para quinteto de flautas, o Hermit Thrush para piano e o The Chambered Nautilus. Muito religiosa, Amy também compôs música sacra, sendo que muitos deles permaneceram no repertório de corais de igreja por anos depois de sua morte, quando seus outros trabalhos já não eram mais ouvidos. Aproximadamente um terço de um total de 300 trabalhos seus foram gravados, e muitas outras peças retornaram ao palco.

Para conhecer sua obra:

https://www.nytimes.com/2017/09/01/arts/music/amy-beach-women-american-composer.html

The Norton/Grove Dictionary of Woman Composers.

www.thefamouspeople.com/profiles/amy-beach-459.php

Amy Beach, Romance para violino e piano Op. 23. Midori Goto (violino), Robert McDonald (piano). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FjDxUkk1ao0

Amy Beach, Children’s Carnival. Sahan Arzruni (piano). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_dterkHJ0dg

Amy Beach, Theme abd Variations for flute and strings Op. 80. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=I12UDD57P1Q

 

Composer of the Month: Amy Beach (1867-1944)

Biography:

Amy Beach was born in New Hampshire, U.S., on September 5, 1867. Daughter of Clara Imogene, an extremely talented pianist and amateur singer, Amy was a remarkable prodigy: she could sing in harmony with her mother when she was only 2 years old. At the age of 6, Amy started taking piano lessons with her mother and, at the age of 7 she could already play Beethoven sonatas along with her own compositions.

Amy Beach faced many gender obstacles throughout her career. At that time, careers for women outside the home were not an accepted practice. Therefore, her family did not allow Amy at first to pursue a career as a pianist. Regarding her career as a composer, she had also some difficulties: while American composers of the time typically traveled to Europe for private instruction, Amy was recommended self-study. The artist dedicated herself to an immersion in the orchestral repertoire, comparing scores to performances she heard at the Boston Symphony.

When she was 18 years old, she married the doctor Henry Beach. In order to conform to expectations for an upper class wife, she curtailed her public recitals. After her mother and husband died, she recommenced her piano career and toured Europe from 1911 to 1914. Amy proved that women could work at the highest level in every field. Consequently, she soon became an emblem for women’s rights: during the suffrage movement, the artist was often pointed as a symbol of women’s achievements.

Beach died in 1944, in New York City. Despite her large repertoire of musical and solo achievements, she was quickly forgotten. Female musicians brought her musical achievements back into light only in 1990, and complimented her bravery at a time when woman faced a lot of oppression. Amy was accorded a place on “The Shell”, a granite wall that records the names of the most influential music artists. In 1999, she was also given a prestigious place in the American Classical Music Hall of Fame.

Compositions:

Amy Beach is well known for her large repertoire: she composed complex styles of music and symphonies, as well as countless solos, operas and performances all over the world. Her hit “Ecstasy” had eventually over 1,000 performances. The artist achieved her breakthrough with the premiere of the “Gaelic” Symphony in 1896, which was the first ever symphony to be composed and performed by an American woman.

Amy lived in a time when women faced a lot of oppression. The American view of female composers was that they couldn’t produce enduring musical work. When Dvorak arrived in the U.S. in 1892, he wrote: “Here all the ladies play. It is well; it is nice. But I am afraid ladies can’t help us much. They have not the creative power.” Listing the name of dozens of female composers, Beach answered: “more woman are interested in the serious study of the science of music as well as the art than formerly”.

Soon, Beach proved Dvorak wrong. Not only she could produce large-scale works in a short time, she could also prepare for performances as soon as works were completed. As a pianist, she had an extraordinary memory and a virtuoso technique. As a composer, she had a mature style influenced by the late Romantics, as well as by the Scottish and Irish folk music.

Her most popular works were the Symphony, the Violin Sonata, the Piano Quintet, the Theme and Variations for flute quintet, the Hermit Thrush pieces for piano and The Chambered Nautilus. Deeply religious, she also composed sacred works: some of them remained in the repertory of church choirs for years after her death, when her other works were no longer heard. Approximately one third of a total of 300 works have been recorded and many of her works have returned to the concert stage.

More information:

https://www.nytimes.com/2017/09/01/arts/music/amy-beach-women-american-composer.html

The Norton/Grove Dictionary of Woman Composers.

www.thefamouspeople.com/profiles/amy-beach-459.php

Amy Beach, Romance for violin and piano Op. 23. Midori Goto (violin), Robert McDonald (piano). Available at: https://www.youtube.com/watch?v=FjDxUkk1ao0

Amy Beach, Children’s Carnival. Sahan Arzruni (piano). Available at:  https://www.youtube.com/watch?v=_dterkHJ0dg

Amy Beach, Theme abd Variations for flute and strings Op. 80. Available at:  https://www.youtube.com/watch?v=I12UDD57P1Q