Imyra Santana

 
Imyra Santana é musicista e musicóloga, formada em violino pela Universidade de São Paulo (USP). O interesse pelo papel das mulheres na música começou cedo. Com a vontade de fazer o repertório composto por mulheres mais conhecido, durante o bacharelado sempre incluiu obras de compositoras nos recitais que participou. Interpretou obras de compositoras como Franziska Lebrun, Isabella Leonarda, Clara Schumann, Gazyna Bacewicz, Mel Bonis, Barbara Heller, Lili Boulanger, entre outras. A escolha do repertório priorizou a escrita para violino e piano, tendo feito assim uma restrospectiva histórica - do barroco ao século XX - para essa formação.
 
Parte desse repertório integrou o recital de conclusão de curso, que teve como tema as compositoras francesas do séxulo XIX.
 
Após o bacharelado, o meu interesse ampliou-se a outras áreas de atuação das mulheres no meio musical de maneira geral, mas com enfoque em instrumentistas. A dissertação de mestrado em musicologia pela univesidade Paris-Sorbonne, sob a orientação de Raphaëlle Legrand, teve como tema "mulheres instrumentistas que se apresentaram no Concert Spirituel (1725 - 1790)" (Les femmes instrumentistes au Concert Spirituel (1725-1790): le regard de la presse). Nesse trabalhou reconstituiu, através da análise da critica musical da época, a recepção das mulheres instrumentistas profissionais.
 
Como bolsista da Universidade Paris-Sorbonne, prossegue com o doutorado, onde continua o estudo das mulheres instrumentistas do mesmo período. Esse trabalho abrange a vida musical e os concertos de maneira mais extensa em toda a França e também em varios paises da Europa, comme Alemanha, Inglaterra e Russia, no século XVIII.
 
Paralelamente faz pesquisas sobre as primeiras mulheres acordeonistas; sobre mulheres compositoras populares (as chansonnières) que escreveram para os café-concerts e Music-hall em Paris entre 1890 e os anos 1920; e sobre o repertorio do mesmo periodo, não necessariamente escrito por compositoras, mais tendo as mulheres e seu papel na sociedade no mesmo periodo.
 
Como instrumentista trabalhou, ente 2001 e 2010 principalmente no teatro, com grupos paulistanos como Teato de Alvenaira e Folias d'Arte. Com esse ultimo grupo participou do premiado espetaculo El dia que me quieras, com direção musical de Dagoberto Feliz. Atualmente participa como acordeonista de produções teatrais em Paris.
 
Artigos:
 
Sobre mulheres luthier (luthières) Revue Polymatheia, n°3, actes du colloque Journées des musiques anciennes de 2015 (disponivel para download):
 
"Les femmes instrumentistes et les instruments à vent : discours versus pratique", no livro La musique a-t-elle un genre?, de 2019.